sábado, 21 de janeiro de 2012

A Saga para os Estados Unidos


Essa foi a primeira música que escutei quando cheguei aqui, estava tocando no carro do meu chefe. E pode ter certeza que é uma bela ironia.

Yes! Yes! Yes! I am here!

Cheguei nos EUA há três dias. Saí do aeroporto de Guarulhos dia 12 de janeiro rumo ao desconhecido. Na fila para o check-in conheci uma mulher maravilhosa, a chamarei de Maria, porque não perguntei a ela nem a ninguém se podia publicar seus nomes aqui, prefiro assim. Maria ajudou-me bastante no vôo até a cidade de Detroit, Michigan. Nossa essa mulher é poderosa!!! Difícil encontrar almas onde nelas você sinta tamanha paz e segurança. Ela veio para os EUA fazer seu pós-doc, pois dá aula na Universidade Federal da Bahia. Maria tinha como destino final o aeroporto de Chicago.

Fiz o check-in tranquilamente, no entanto meu vôo estava lotado e tive que fazer “sent request”, ou seja, tive que fazer a solicitação de assento para o avião. Então nesse meio tempo conheci outra brasileira especial chamada Lisa (esse também não o seu nome), ela é psicológa e trabalha atendendo outros psicólogos que lidam com pessoas assistidas pelo programa bolsa-família e por outras iniciativas do governo, se me lembro bem. Como Lisa também estava indo para Chicago, apresentei-a para Isabel e então as duas seguiram juntas para esse aeroporto, quando desembarcaram em Detroit.

Ficamos juntas durante o vôo e demos apoio umas as outras, foi muito solidário como disse Maria. Durante o vôo, por incrível que pareça consegui conversar bastante com um americano chamado Gary (esse também não é o nome dele). Gary é um americano típico de cidade grande, mora em Nova York, trabalha para a IBM e viaja o mundo inteiro por causa disso. E as palavras que ele conhece em português são “obrigado” e “caipirinha”. E me perguntou a respeito do carnaval, básico. Mas o achei extremamente simpático, e me ajudou assim que chegamos no aeroporto a encontrar a imigração, em Detroit. Quanto à imigração achei tranquilo, agora como o país está em crise eles facilitam a entrada de imigrantes como nós, que trabalharão por muito pouco, perto do que recebe um americano = like a slave! E lógico eles também recebem os turistas que irão gastar aqui, “aquecendo” (um belo termo, para esse frio terrível daqui) a economia do país.

Na chegada Lisa e Maria ajudaram-me a passar pelo check-in novamente, fiquei preocupada com a minha mala, pois pensei que ela não passaria nas esteiras. Ainda bem que deu tudo certo, extravio de bagagem não é legal.

Depois fiz conexão para Minneapolis, capital de Minnesota. E de lá segui para o aeroporto de Fargo, Dakota do Norte. Nesse vôo encontrei um senhor muito legal, que pela nossa conversa percebi que adora pescar. Ele me disse que tinha dois cachorros, e eu entendi que ele tinha duas mortes!

- I have two dogs. – disse o americano (não lhe perguntei o nome)

- Two dies?

- No, I have two dogs.

Ele riu bastante da minha confusão. Os americanos são muito simpáticos, falam bastante e são sempre dispostos a ajudar. Acho que isso também é uma característica do estado porque ele é mais do interior, para fazer uma comparação com o Brasil seria como Rio Grande Norte, mas sem praia.

Ao chegar em no aeroporto de Fargo, uns dos donos da greenhouse (é uma espécie de viveiro para plantas ornamentais, com uma estufa gigantesca como tudo aqui) onde trabalharei foi buscar-me. Andamos uns 40 min de carro até Detroit Lakes, Minnesota, cidade onde ficarei por alguns meses.




Conversamos bastante ao longo do caminho, até ele me trazer para a casa na qual irei morar durante minha estada aqui. A casa pareceu-me agradável e conheci uma outra brasileira muito simpática chamada Carolina que é minha companheira de quarto, por enquanto dividimos a casa com mais duas ucranianas...

Mas isso tudo deixarei para outros posts! Seja o que Deus quiser, mas eu literalmente me meti numa fria. kkkkk

domingo, 15 de janeiro de 2012

Dog Days are Over


Ihhhhhh!!!!!!! Aiaiaiaiaiii!!! Tá batendo aquele mesmo frio na barriga, já conhecido. É o mesmo frio na barriga de quando deixei toda a minha vida em Mogi das Cruzes pra morar em Piracicaba. Com tudo novo, tudo diferente, outra universidade, mas o mesmo curso. Outras pessoas para conviver... e em Piracicaba mudei de casa, de quartos, guarda-roupas (e como dá trabalho!), transitei por várias turmas no meu curso, tribos, pra lá e pra cá. Mudei de pensamentos, de atitudes, olhares e lares.
A ansiedade me impede de aproveitar com máximo de entusiasmo toda a mudança que está por vir. Aliás MUDANÇA é só o que eu tenho vivido e experimentado no últimos anos. E tem mais por vir. Na realidade as mudanças são uma constante. Tudo está em eterna mutação e transição (acho que esse conceito é oriental!). É duro deixar a zona de conforto, os caminhos conhecidos, as pessoas e lançar-se rumo ao desconhecido. Estar na roda da re-equilibração eterna. Por isso basear a sua caminhada em valores sólidos e verdadeiros pode ser um antídoto para a  loucura do mundo.
Bom, mas tenho meus antídotos para a solidão e a vida em uma nova cidade:
1.    Não alimentar o sentimento de que deixou algo ou alguém para trás, são apenas novas condições.
2.    Permitir-se ao novo.
3.    Ficar de olhos bem abertos e esperar um tempo para conhecer as pessoas.
4.    Caminhar pelas ruas da cidade.
5.    Pensar: “Eu consigo, eu dou conta”.
6.    Chorar à vontade.
7.    Rir à vontade.
8. Aonde quer que vá pessoas são pessoas, elas tem o mesmo sangue correndo nas veias e desejam ser felizes tanto quanto você.
Espero que em 2012 a vida nos brinde com acontecimentos fantásticos! Com uma existência maravilhosamente vibrante! Porque eu que desejo que the Dog Days are Over seja real!!!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Andando por todos os cantos...

"Onde tudo começou..."
Decidi começar meu primeiro post com o título do blog! Depois de pensar em vários títulos que descreveriam meu momento atual, testar várias palavras no WordPress já existentes, criar 4 blogs no mesmo site, enfim cheguei a esse termo. A inspiração foi a musica “Mistério do Planeta”, dos Novos Baianos:
“Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,
Jogando meu corpo no mundo,
Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros
Eu deixo e recebo um tanto
E passo aos olhos nus
Ou vestidos de lunetas,
Passado, presente,
Participo sendo o mistério do planeta…”
 Novos Baianos- Mistério do Planeta

Esse trecho descreve meu espírito atual. Jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos confiarei na lei natural dos encontros, deixarei e receberei um tanto…

Essa foto é do Sítio Formoso, na cidade de São Miguel, estado do Rio Grande do Norte. Local onde meus avós maternos estabeleceram-se e onde minha mãe nasceu. Também lá meus pais se conheceram e teve início a nossa família. Essa pequena descrição é para dizer que estou dando continuidade à nossa história, contribuindo com um capítulo. E assim como eles fizeram suas viagens e andanças estou fazendo as minhas.
Esse ano farei uma viagem e na mala não coloquei expectativas, estou aberta para tudo o que acontecer, para as pessoas que encontrar, para os novos caminhos e olhares. Mas decididamente será um ano de busca, estarei andando, andando, andando… Pensei no título “Tô Saindo”, da música da Ana Carolina, mas é tô saindo fora por um ano ou talvez menos. Mas por um período suficiente grande para operar certas mudanças. Vejamos o que a vida reserva!!!